Opinião

OPINIÃO: Pioneiras da ecologia

Marta Tocchetto

"Parece impossível, até que seja feito". Tenho encerrado minhas palestras com esta frase de Nelson Mandela. Ser pioneiro é sempre difícil e requer superdoses de motivação. O prêmio Pioneiras da Ecologia foi inspirado na luta de Hilda Zimmerman, Giselda Castro e Magda Renner, e instituído pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O prêmio é concedido anualmente para reconhecer ações que influenciaram positivamente a sociedade e contribuíram para a melhoria da qualidade de vida de todos os gaúchos.

Hilda Zimmerman teve sua trajetória marcada pela luta em defesa dos povos indígenas e contra os agrotóxicos. Ao lado de Lutzemberg, fundou a Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural). O resultado desta luta foi a Lei dos Agrotóxicos, que serviu de base para a legislação brasileira.

Giselda Castro é reconhecida como uma das mais bravas militantes que adotaram as bandeiras do feminismo e do movimento ambiental. Também foi uma das fundadoras da Agapan. Magda Renner promoveu o primeiro projeto de coleta seletiva em Porto Alegre. Também atuou contra a pobreza e a favor da natureza. Sua luta é marcada pela polêmica da maré vermelha que atingiu o litoral gaúcho. Elas foram exemplos de cidadania e levantaram a voz para a destruição do meio ambiente em pleno milagre brasileiro. Foram guerreiras que em tempos difíceis emprestaram sua voz à natureza e fizeram das causas coletivas suas bandeiras.

Conhecendo a história destas mulheres, o significado do Prêmio Pioneiras da Ecologia ganha dimensões e contornos de importância ainda maiores. Receber o prêmio em 2017 representa ser colocada ao lado de mulheres lutadoras que, com sua voz e ações, mudaram a história ambiental do Estado. Representa também um incentivo a continuar lutando, a tornar sua, a causa de todos. A lutar por um mundo mais justo e mais saudável com oportunidades iguais para todos. Entrar para o hall das ganhadoras deste prêmio representa reconhecimento. Me faz sentir que até a sensação de luta perdida e de Dom Quixote contra os moinhos, valeram a pena.

Minha luta não se equipara a que estas mulheres travaram. Não importa o tamanho da luta, importa a disposição de lutar. A indicação ao prêmio foi do deputado Valdeci Oliveira, a quem agradeço por oportunizar a ampliação de visibilidade e o reconhecimento do que é feito na UFSM e em nossa região. Em 2016, coordenei a implantação da Coleta Seletiva Solidária na Instituição. Pautei minhas ações em faça o que digo e faça o que eu faço. Compreendo que instituições de ensino devem formar cidadãos e, para isso, devem ser exemplo de sustentabilidade. Sustentabilidade não é uma meta a ser alcançada. É uma estratégia que deve permear políticas e ações.

O prêmio será entregue no dia 6 de dezembro na Assembleia. Tenham a certeza da intensidade da emoção e do sentido de realização, pois minhas escolhas sempre foram movidas pela paixão e pela intensidade da entrega.

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